quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Prazo















São meia noite e meia. Meia noite e quarenta, agora.
Isso mesmo meu amigo, dez minutos se passaram e essa barrinha piscante queimou largada (no sentido atletismo do termo) algumas várias vezes.

Mas você não é bobo. Posso tentar, mas não adianta. Todo mundo sabe que o xaveco crônico de escrever sobre não ter o que escrever é mais batido que um “você vem sempre aqui?” após algumas de limão.

O fato é que enquanto não somem com meu teclado, preciso dar forma a este texto. Como as obrigações de nossas vidas e do leite tipo A na geladeira, existe um prazo a ser cumprido. Respeite-o, ou sinta o azedo de suas conseqüências no orgulho e no estômago.

Agora mesmo, nessa fria madrugada, me vejo sentado frente à obrigação de conseguir até amanhã enfileirar palavras nesse reciclato, colocando-as numa ordem que componha um texto interessante para você, e principalmente, para o mais exigente dos críticos: eu mesmo.

Disse o Chico Buarque ou João Vicente, não lembro bem, que “o prazo é minha musa inspiradora”. Para mim, agora ele não passa de uma paquera no vagão do metrô, que sei que com o desanimado anúncio da próxima estação (que a temperatura do meu pé agora indica ser inverno polar) logo vai levantar e seguir para o seu compromisso.

O meu, é com a cama.

Boa noite.