domingo, 8 de fevereiro de 2009

Da Era do Fogo ao Fogo da Paixão















*Também no
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Há muito tempo, muito antes de maçãs virarem cidra cereser e cobras terem malícia no nome, os seres humanos logo caíram em desgraça com o sexo oposto. Partimos do princípio Criacionista, que da costela foi criada a primeira Mulher. Pronto. Juntou costela e mulher na mesma frase, e o churrasco de Adão expulsou por um mal entendido entre cromossomos o primeiro casal Unibanco - e possível família Doriana - do Clube de Campo Paraíso.

Pro lado do Darwin, o que era pra ser simples, no mais "mim Tarzan, you Jane, bora fazer momô na moita?" possível logo virou pó num pilão da idade da pedra. Quando parâmetros que não a habilidade de caçador, corredor e bom provedor para a prole se perderam nas nuances e imprevisibilidades do gosto feminino, nascia o que conhecemos hoje por Sistema Moderno de Conquista, que tão cedo alterou nossa forma de procriação e perpetuação da espécie. Isso mesmo, meu caro Piteco. Nós nos tornamos animais racionais de fato quando começamos a esperar por um sinal de fumaça no dia seguinte.

A grande invenção que mudou nos trouxe dos tempos das cavernas, ao alegre mundo visto pelo youtube, não foi a roda, a plantação ou muito menos o fogo. Mas sim, quando um neandertal usou a roda para buscar o dente-de-sabre (o termo "gatinha" viria posteriormente) na caverna de carroça nova, levando flores recém colhidas para assar uma perna de brontossauro.*

N.A: *fidelidade à paleontologia e embasamentos históricos foram desconsiderados nesse artigo.

Quando o primeiro Neandertal trocou a clavada na cabeça por um vinho ao pé da fogueira da caverna, o mundo mudou. E quando esse pobre barbudo viu sua pretendida preferir mesmo assim um traumatismo craniano por clavada, nasceu a dúvida. Foi aí, há muitos zeros A.D. (Antes de Dercy) que um magoado caçador de mamutes comentou com seu colega de lança o clássico "mulher, cara, eu juro que não entendo".

Nada de um ser de Vênus e outra de Marte. Lá mesmo, nos primórdios humanoídes do nosso planeta azulzinho, a mágica desintonia entre homens e mulheres já acontecia. Para as mulheres, desde sempre a incompreensão vem infundada. Homens – como até hoje - de tão ridiculamente simples e previsíveis incitam que a mulher prefira complicar do que tentar conviver com o simples monte de pêlos e libido que se derrete por ela - com caspa, com afeto.

Para a Neandertala, um grunhido diferente podia dizer muita coisa, levando a horas de conversa entre vizinhas de caverna tentando compreender o que ele quis dizer com o som mais nasalado. Era só o ronco de sua barriga, minha filha. Tempos difíceis para caçar pterodátilos. Acontece que tanta semelhança com o comportamento feminino nos anos 00 (que logo viram anos 10) tem sua explicação clara como uma sopinha da Galinha Azul. Em muitos âmbitos, e principalmente nesse, não mudamos muito do comportamento de nossos antepassados e antenamoros. E te digo o por quê.

Hoje, numa era na qual o google é a descoberta mais importante que o fogo, queremos nos distanciar da nossa origem. Pêlos são depilados, apêndices removidos e dentes do ciso destroncados da gengiva num ritual de carnificina.

O fato é que existe algo que não dá para remover muito menos fugir, e isso se chama genética. O instinto. A vontade que vem de dentro e geralmente aflora após doses de Dry Martini no coquetel da empresa. ("ai, como sobe rápido essas coisas" – frase clássica). São das letrinhas em espiral armazenadas no nosso console que partem as atitudes clássicas de homem e mulher, e que validam a semelhança atemporal na conquista.

As letrinhas que levamos desde sempre transparecem nas nossas atitudes, nos telefonemas embreagados pelas madrugadas, na nossa linguagem corporal.

O corpo violão tão bem descrito em versos de bossa nova não passa de uma segunda definição para o que a sopa de genética escreveu. E o contorno feminino só confirma: mulheres são pontos de interrogação ao contrário. Uma dúvida ambulante, vendendo "talvez" por ruas de relacionamentos pavimentados pela indecisão. O "sim" tem efeito contrário, valendo o mesmo para o "não". E isso ainda se agrava (ou melhora...) pelo fato de que por mais que o mundo tenha bilhões de pessoas e os chineses contribuam para aumentar esse número, cada mulher tem a sua peculiaridade, o seu charme, o seu jeito. Não há como o Piteco de Cera no Cabelo e Ipod no Ouvido de hoje definir um padrão para as atitudes e reações específicas de cada ponto de interrogação que ele conhece.

E os Homens, desde os tempos da pedra lascada, são um sinal de exclamação. E não é somente ao falo que me refiro, meu ou minha colega horny. Tá certo que o menino tem uma grande influência, impulsionando como um atleta no salto com vara as mais impressionantes puladas de cerca. Mas o masculino ponto de exclamação também mostra o quanto homens são diretos e claros como seu parente com apêndice e dente do ciso. Quando a paixão ou o próprio desejo batem, a vontade de conquistar a clavadas se mantém com a mesma intensidade, substituindo pauladas por cartão de crédito, cheque especial e aquela lábia antes de unir os lábios.

- Homens, quem os entende?

- Mulher né cara... Vai saber!

2 comentários:

Anônimo disse...

_ mto bom, Fu! só discordo um pouco da histórica e genética simplicidade dos homens, mas -tvz- isso só ajude a reforçar a lógica do comportamento q vc descreveu!!
=*

Anônimo disse...

EEEESSSOOOOO
Como sempre, adoro seus textos Fubim.

E pois é, concordo com a Salsarette... não acredito nesta plena simplicidade dos homens.
Mas quem sabe, o (des)equilibrio da relação homem/mulher tenha sua beleza nessa eterna compensação: dúvidas X certezas, complicações X simplicidade... cada hora um está de um lado do 'x'da questão.

bjunda